terça-feira, 30 de março de 2010

Terça

Até a hora de sair da faculdade o dia ordinário. Acordar cedo. Beber um café. Me arrumar. Viajar até a faculdade. Cantina, mais café. Primeira aula, aula comum. Intervalo, café. Segunda aula, uma tortura... Professor em aulas teóricas de gastronomia são como cozinheiros fazendo língua de boi, ou se faz muito bem feito, ou fica uma merda.
Voltando a saída da faculdade, uma longa viagem para Barra. No fim do mundo. Um calor que fritava meus miolos. Uma rápida parada para um almoço e finalmente a salvação da tarde, a palestra. Viajei para tão longe para assistir a palestra de uma chef, Ludmilia Soeiro. Ela se atrasou. Depois de uma hora de espera, um publico que já não mais era ansioso, agora sim revoltado, recebeu finalmente sua presença... Quando se tem que reclamar de alguém eu reclamo, mas ela calou minha boca. Com um humor único, um sarcasmo sem igual, ela tomou a plateia pra si. Em menos de cinco minutos, rostos de revolta viraram sorrisos escandalosos. Uma aula muito boa, a demonstração de um prato muito legal, um momento que realmente valeu minha viagem. Posso dizer que após três dias reclamando, hoje, terça, ganhei meu dia.

Parabéns Ludmila Soeiro

segunda-feira, 29 de março de 2010

Segunda

Eu me recuso a escrever sobre a segunda. Nem todo o café, álcool, sexo, comida, fariam eu ter um bom dia hoje...

Não são nem 7h da manhã.

Até terça...

domingo, 28 de março de 2010

Domingo.

Acordando 6h da manhã num domingo me faz pensar na minha vida. Ontem, uma promissora noite de sábado, me bate uma imensa dor de cabeça. Resumo, meu sábado foi ficar em casa e dormir cedo. Faz acho que umas duas semanas que não faço nada legal a noite. Sem uma boa noite de bebedeiras e esbornias o domingo fica sem sentido. Domingo é o dia da plena ressaca, o dia de morgar o dia todo porque sua cabeça está se refazendo. Assistir um filme velho, dormir no meio, comer um monte de besteiras. Assim o dia passa maravilhosamente rápido.
Não hoje. O dia do descanso se torna um caos se você acorda bem disposto pra ele. Ninguém faz nada de proveitoso. Minha cabeça cada vez mais agitada, fica 12h procurando uma ocupação, nenhuma leitura, filme, o que for, consegue parar essa ânsia. No fundo é só busca por compensação, estamos condicionados a usar o fim de semana como válvula de escape da semana pouco proveitosa que tivemos. Deixar para apenas o domingo cumprir esse papel é por muita esperança em quem não devia.

Então decidi, claro cozinhar! Minha terapia. Assar um bolo, um pão, uma carne, qualquer coisa que realmente me distraisse. Por um progressivo pra tocar, um Pink Floyd certamente, enquanto minha velha faca faz o trabalho dela, praticar aquele monte de cortes fresco de nomes franceses, poderia abrir uma cerveja, ou até mesmo um café viria a calhar.

Chegando na cozinha, dispensa vazia, mercados fechados...

É, eu não gosto do domingo...

sábado, 27 de março de 2010

Meu sábado

Acordei com uma estranha ressaca. Parece que ficar uma sexta sem beber cria um sentimento de frustração na minha mente... Como ela se vinga? Ressaca psicológica, com direito até a boca seca. Isso é por tentar fazer as coisas direito. Nunca me foi difícil levantar da cama, mas hoje em especial parecia que a preguiça queria me amarrar, me fazer refém na manhã inteira. Consegui vencer esse terrorista, mas nada é facíl, o aquecimento da água pifou, água gelada logo pela manhã. Confesso que tomei o popular banho tcheco. Saindo apressado, por pouco não perco minha carona. Acho que esse momento geralmente faz bem pro meu dia, mesmo com um pouco de sono, viemos conversando. Chegando finalmente a faculdade, sempre me perguntando "pq aula sabádo?" fui até real salvação de meu dia, meu café. Impressionante como um café nos faz acordar as vezes, posso dizer que até esse momento na minha narração estava meio acordado. Logo no início, uma aula de cortes, ficar vendo um homem abrir um pato de desmembrar cada parte dele me faz pensar se quero ser chef ou serial killer, mas começo realmente a ter medo quando chega minha hora de praticar e começo me empolgar, um prazer único, cortar articulações, separar a carnes dos ossos, o pescoço do tronco... Ok realmente meus sabádos não são muito ortodoxos, depois de passar um manhã treinando meu sadismo pego o caminho de volta pra casa, nesse momento claro o calor aparece. A ponte parecia uma trilha levando ao inferno, a cada momento o dia parecia mais quente, Olhando meus trajes, uma camiseta e uma calça social, ambas pretas, vejo que não me preparei para aquilo. Sabádo deveria ser um dia pra comemorar, mas minha celebração vai começar agora, as 4h, me refrescando no gelo do meu escocês e pensando em qualquer plano pervertido pra noite...

Bom sabádo pra vocês e não estudem gastronomia!